segunda-feira, 3 de outubro de 2011

SJDR: Líderes comunitários estão insatisfeitos com a Prefeitura



Prefeito de São João del-Rei é criticado por jovens ligados a movimentos sociais. Eles reivindicam políticas públicas em prol da juventude


* Carlos Bem

A ausência de ações consolidadas de promoção da cidadania com foco na juventude tem levantado insatisfações nos movimentos sociais em São João del-Rei. Os recentes assassinatos de jovens e o envolvimento destes com a criminalidade são apontados como consequência da omissão do poder público.

Rodrigo Cipriano quer ações concretas
em defesa da juventude
 
Para o líder do movimento Força Jovem, Rodrigo Cipriano, a inexistência de políticas de juventude se deve a uma administração pública que não está preocupada com o social. Para ele o governo do prefeito Nivaldo Andrade (PMDB) é “populista, falso, apela para simplicidade das pessoas mais carentes para angariar votos. Com doações sem critério, um governo que não respeita as leis, não respeita as prioridades da população, principalmente não respeita a juventude e suas diversidades, pois, não temos políticas públicas municipais para os jovens” aponta Cipriano.

O movimento Força Jovem existe há sete anos e atua com foco na juventude do bairro Senhor dos Montes. Entre as atividades desenvolvidas pelo movimento estão campanhas socio-educativas, atividades culturais, de lazer e educação aos moradores da comunidade, além lutar contra o preconceito.

Já Aline Trindade do grupo de mulheres jovens do centro da cidade defende que a prefeitura tem realizado importantes ações na luta contra o machismo. “Toda vez que precisamos de apoio do prefeito para alguma atividade ele nos apóia” afirma. O grupo de mulheres jovens do centro da cidade foi criado recentemente e está em fase de organização interna.

Um dos movimentos sociais mais atuantes de São João del-Rei também está insatisfeito. Integrantes do Movimento Gay da Região das Vertentes cobram ações efetivas de defesa dos direitos humanos dos jovens. “A pobreza, o machismo, o racismo e a homofobia tem cor e classe social no Brasil. Em São João del-Rei não é diferente. Só que aqui a prefeitura não se preocupa com essas situações que colocam o jovem na marginalidade, na criminalidade, aumenta a vulnerabilidade social para não acessar serviços de saúde, educação, trabalho e renda. E a consequência a gente vê com os assassinatos, envolvimento com o tráfico entre outros. Onde falha a presença do poder público, o tráfico ocupa” relata Daniel de Freitas um dos diretores de juventude do movimento que também critica o não funcionamento do conselho municipal de juventude e a extinção da coordenadoria de políticas para a juventude que existia na estrutura da secretaria municipal de articulação comunitária.

O racismo é denunciado como um fator social que precisa ser combatido. O Movimento Gay da Região das Vertentes acredita que a discriminação contra jovens negros tem contribuído muito para o extermínio destes. Algo que evidencia um problema social também em São João del-Rei. O Fórum de Direitos e Cidadania ligado a Secretaria Geral da Presidência da República apresentou na semana passada na conferência livre de juventude e saúde do Ministério da Saúde um relatório sobre os assassinatos de jovens no Brasil. A grande maioria dos casos notificados acontece contra jovens negros, pobres e moradores de bairros periféricos. Diante do problema colocado o governo federal lançará o plano nacional de combate ao extermínio de jovens negros. Resta saber até onde as ações chegarão a São João del-Rei. As lideranças jovens dos movimentos sociais parecem não acreditar na atual gestão municipal para mudança deste cenário.

 
 
*Graduando em comunicação social - jornalismo pela UFSJ.

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