sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Kassab define sua ida para o PMDB e formação de bloco

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), avisou a aliados que definiu sua ida para o PMDB e deu início às negociações para ampliar a participação da sigla no governo e formar uma frente ampla de deputados e prefeitos no Estado.
A movimentação de Kassab criará uma terceira força política em São Paulo, com potencial de romper a polarização entre PT e PSDB,
surgida no ocaso do malufismo nas eleições majoritárias.
Em conversas na última semana com aliados, o prefeito disse que aguardará a eleição do novo comando do DEM, em março, para anunciar a sua saída.
Kassab articula a ida dos 70 prefeitos paulistas do DEM para o PMDB, que governa 68 cidades.
Criaria, assim, a segunda maior força partidária no Estado, ameaçando a hegemonia dos tucanos, que governam
São Paulo desde 1995 e têm mais de 200 prefeituras.
O 'novo' PMDB paulista teria o dobro do tamanho do PTB e PT, que têm 63 e 65 prefeitos, respectivamente.
Entre os cotados para migrar para o PMDB com Kassab estão o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT),
que iniciou negociações ainda com Quércia, e a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Veras (DEM).
O prefeito também ampliará a participação do PMDB no governo.
A legenda, que hoje tem a vice-prefeitura e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, com Alda Marco Antônio, pode ocupar mais duas pastas.
Apontado como candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2014, Kassab fechou, na semana passada, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB)
os detalhes sobre a mudança para o PMDB paulista, esvaziado após a morte de Orestes Quércia.
Sinalizou para a cúpula tucana que marchará com o PSDB. A movimentação é feita com o aval dos serristas, mas desperta desconfiança de aliados de Alckmin.
Parecer. Kassab pediu pareceres de advogados sobre a possibilidade de ter o mandato requerido pelo DEM.
Um dos especialistas consultados relatou ao Estado que a avaliação levada ao prefeito foi de que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que os mandatos no Executivo pertencem aos eleitos - não aos partidos. O risco de perder a cadeira seria, portanto, pequeno.
O entendimento é diferente no caso dos parlamentares. Kassab quer levar com ele a bancada de seis deputados federais eleitos pelo DEM.
Parlamentares ligados ao PPS também têm negociado a migração para o partido.
A mudança, no entanto, só será possível se houver a aprovação de uma janela partidária.
Temer trabalhará no Congresso para a aprovação dela - na seara petista, ainda há restrições sobre os efeitos que a janela poderia causar ao fortalecer o PMDB.
Kassab articula a mudança da atual direção do DEM, desbancando da cúpula partidária o grupo ligado ao presidente, Rodrigo Maia (RJ).
Apesar da movimentação, o prefeito entende que o DEM está enfraquecido para dar sustentação aos projetos eleitorais de maior fôlego - a bancada do partido no Congresso perdeu 29 parlamentares nesta eleição.
'O PMDB está de portas abertas para o prefeito', disse o deputado estadual Jorge Caruso, uma das principais lideranças do partido no Estado,
ao destacar que a decisão de Kassab só virá depois da convenção do DEM em março. 'A entrada de Kassab trará uma renovação ao PMDB',
completa o presidente municipal da legenda, Bebeto Haddad.



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